Volkswagen planeja motores híbridos flex para o Brasil
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20/04/2023
A Volkswagen está cada vez mais concentrada em modelos eletrificados na Europa e, no Brasil, pretende começar a transição com modelos híbridos flex, aproveitando a oferta de combustível vegetal no mercado brasileiro antes de se dedicar totalmente aos carros elétricos.
Pablo di Si confirmou ao jornal Folha de S.Paulo - antes de assumir a presidência da VW na América do Norte e de ser substituído por Alexander Seitz América Latina, em outubro de 2022 - que a empresa tem planos de lançar seis modelos híbridos flex nos próximos seis anos no mercado brasileiro.
Di Si já havia mencionado anteriormente que a montadora irá investir no etanol como opção mais sustentável enquanto o Brasil não estiver completamente preparado para veículos elétricos.
Ele enfatizou que o desafio não é apenas lançar os carros, mas também construir todo o ecossistema para o abastecimento, que inclui infraestrutura de carregamento e regulações adequadas.
Até recentemente, não havia nenhuma regulação na Aneel para a mobilidade elétrica, o que tornava o processo ainda mais complexo.
Com o intuito de atender aos clientes de seus carros híbridos no Brasil, a Volkswagen planeja utilizar a rede de postos de combustíveis que já comercializam etanol em todo o país.
Isso ocorre porque a estrutura necessária para atender veículos elétricos ainda é muito deficiente no país. A montadora busca utilizar a infraestrutura já existente para garantir que seus clientes tenham acesso aos combustíveis necessários para o funcionamento dos carros híbridos flex.
A Volkswagen justifica que o uso do etanol como combustível para seus carros híbridos é uma opção mais sustentável do que a gasolina, uma vez que ele gera menos poluentes.
Além disso, o etanol é um combustível renovável, uma vez que é derivado da cana-de-açúcar e as plantações consomem parte do carbono da atmosfera.
Dessa forma, a montadora busca contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa e diminuir o impacto ambiental de seus veículos.
Regras de emissões mais duras
Além das demandas dos consumidores, há também a evolução das leis de emissões de gases poluentes que devem ser levadas em conta pelas montadoras.
Em 2022, o Proconve L7, que é a próxima etapa do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, irá exigir níveis ainda menores de emissões, o que tem levado várias marcas a ajustarem suas mecânicas.
A Volkswagen tem se preparado para essa mudança há alguns anos, expandindo a oferta de motores compactos e flexíveis com turbo para quase toda a sua gama nacional, exceto pelos modelos Gol, Voyage e Saveiro que ainda não possuem essa opção.
Para os modelos maiores, a marca oferece o motor 1.4 250 TSI, também turbo flexível e com comando variável de válvulas.
No entanto, para cumprir as exigências das próximas etapas do programa, apenas novas tecnologias com sistema híbrido flex ou elétrico movido a etanol serão suficientes. Por isso, é provável que a Volkswagen ainda leve alguns anos para lançar essa tecnologia.
Especula-se que o sistema eletrificado da marca alemã movido a etanol só deva surgir após 2024, quando Polo e Virtus estiverem próximos de trocar de geração.
Proposta para modelos de híbridos flex da Volkswagen
Recentemente, a iniciativa de Di Si de apresentar um projeto para investir na tecnologia híbrida flex motivou a aprovação da matriz da Volkswagen, na Alemanha, para adaptar os atuais motores híbridos da marca na Europa para receber etanol em mercados emergentes, como o Brasil e a Índia.
Embora os modelos que receberão a tecnologia ainda sejam mantidos em sigilo, é possível que a Volkswagen converta alguns dos modelos já vendidos no mercado brasileiro, como Polo, Nivus, Virtus e Taos, além da picape compacta-média Tarok e do compacto que substituirá o Gol.
Como será o motor híbrido flex da Volkswagen
O sistema híbrido leve de 48 volts, presente no motor 1.0 eTSI da Volkswagen, ajuda a melhorar a eficiência energética do veículo ao permitir que o motor a combustão seja desacoplado ou desative temporariamente um ou até dois cilindros em situações como desacelerações ou velocidades de cruzeiro, sem comprometer o desempenho.
Isso reduz o consumo de combustível e as emissões de poluentes. Além disso, o sistema elétrico de 48 volts também alimenta todos os comandos elétricos de 12 volts do veículo e o alternador por correia dentada, tornando o carro mais eficiente e econômico. O consumo de combustível do Golf equipado com o motor 1.0 eTSI pode chegar a 25 km/l.
A decisão da Volkswagen de planejar motores híbridos flexíveis para o mercado brasileiro é uma resposta aos desejos dos consumidores locais por veículos mais econômicos e menos poluentes, bem como às mudanças nas leis de emissões de gases poluentes.
A tecnologia híbrida flex permitirá que os carros da Volkswagen utilizem tanto gasolina quanto etanol como combustível, reduzindo as emissões e aumentando a eficiência energética.
Embora a tecnologia ainda esteja em desenvolvimento, espera-se que a Volkswagen traga essa opção de motorização ao mercado brasileiro em alguns anos, proporcionando aos consumidores mais uma alternativa sustentável e econômica de mobilidade.